domingo, 22 de julho de 2007

EUTANÁSIA SOCIAL

Lamento profundamente o espetáculo de horror que a corrupção política, judiciária e dos que detém o poder, apresentam diariamente aos filhos de uma "pátria amada" nada gentil, berço da cultura do "jeitinho", que um dia gritaram pateticamente a plenos pulmões "ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil...". Não há mais quem se atreva a decidir morrer pelo Brasil. Já se morre sem essa decisão. Já existe uma tenebrosa seleção, por causa de um Estado violentado em todas as suas esferas sociais, da violência oriunda da falta de educação, saúde, dignidade, etc, etc... A corrupção imperativa do topo da pirâmede social, a impunidade, a cegueira judicial que só enxerga o poder da propriedade, seleciona "naturalmente" quem deve viver ou morrer, neste caso, escolhe-se por matar a dignidade, a ética, a honra, a moral, a virtude, a igualdade e pior, e assim, mata-se também o 5.º da Carta Magna. O rodapé da pirâmide social que alicerça o topo dela, está ficando cada vez mais frágil. Que bom, assim, em tempo certo, quem sabe, não tombarão os devoradores dos nossos sonhos?! Eu particularmente, desejo para mim a mesma morte que me desejam esses imbecis, tolos, ávidos pelo produto do meu suor, dos meus sonhos. Ofereço a eles dignamente a minha morte. Tenho direito de querer morrer, embora, explicitamente, a eutanásia não seja concebida pelas "leis" desse país nada paternalista, ela nos é imposta todos os dias implicitamente, quando tentamos levar adiante nossa subvida, num supermercado, por exemplo, ao percebermos que trabalhamos o mês inteiro e não conseguimos comprar o essencial, isso sem falar dos imprevistos, tão passíveis de ocorrerem. Também implicitamente, tenho o direito de pensar que estou cumprindo a "lei" quando decido pela minha "Eutanásia social". Assim me vingo, e não é de forma simbólica, é sede mesmo. Os cinco meses por ano que trabalho para pagar impostos, com fé em Deus, com minha "morte social", serei um pilar a menos no "rodapé da pirâmide" que contribuirá para ruir um pouco do topo dela, residência dos corruptos impunes tão imbecis, que não perceberam ainda que minha falta fará a diferença. Sem meus cinco meses de impostos, eles ficarão sem uma idiota a menos para encher o saco sem fundo das almas deles, se é que eles as tem... Passe o tempo que passar, ainda quero saber que esses dragões verão um dia, nem que gerações inteiras sejam sacrificadas, que dinheiro não se come e nada além de seus corpos sem alma, caberá na urna que os levarão para o inferno.
Por Wanderléa.

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